Estes dois encontros tem como tema uma reflexão sob a perspectiva simbólica dos mitos ligados a algumas deusas indianas e seus possíveis desdobramentos sobre questões da nossa atualidade tais como: corpo, saúde /doença, feminismo, matriarcado/ patriarcado. Vale ainda acrescentar que as interpretações daí advindas, podem ser estendidas às deusas de outras culturas, a partir de um paralelismo que oferece aproximações entre as imagens femininas aqui examinadas.
Para David Kinsley, professor do Departamento de Estudos Religiosos da Mc Master University, Canadá e autor de obras sobre o hinduísmo, a antiga, contínua e multifacetada tradição religiosa hindu, apresenta o culto às deusas como uma das suas características mais notáveis.
Seguindo esta linha de reflexão examinaremos a simbólica das seguintes deusas:
- Devi, a deusa- mãe não-ariana, de passado neolítico, como na maioria das culturas antigas, e que se apresenta nas suas múltiplas formas e funções como Mahadevi, a realidade final do universo, a energia inexausta, o corpo feminino que gera toda criação.
- Durga, a deusa guerreira que cavalga um leão e que, dotada do imbatível corpo de mulher destemida, combate os demônios que ameaçam a estabilidade do cosmos.
- Kali, a deusa transgressora de todos os valores culturais indianos, cujos protótipos aparecem desde as primeiras manifestações textuais, como uma das línguas de fogo de Agni, estendendo-se até ao Rgveda, Sataphata-brahmana, Purana, para culminar nos Tantras como o corpo subversivo por excelência.
- Bhudevi, cujo nome significa literalmente “a deusa que é a terra”, é o corpo suplicante, oprimido por um demônio identificado ao governante perverso, que subjuga e maltrata o povo.
- Sitala, a jovem deusa radiante que surgiu quando o fogo sacrificial se extinguiu, o corpo frio e recolhido quando a epidemia não se manifesta, mas presente e febril quando eclode a varíola, levando o corpo a alcançar a graça pela doença.
- Gramadevata, divindades femininas, não antropomórficas na maioria, que se identificam às arvores, pedras, rios e proporcionam o bem-estar do corpo coletivo das aldeias rurais.
Ministrante|
Profa. Lúcia Fabrini de Almeida é Dra em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP, pesquisadora das relações culturais Índia/ Ocidente. Escritora de inúmeros livros, entre eles: “O Trapo e a Faca – poesia, pintura, pensamento na obra de J. Swaminathan” – Ed. Terceira Margem; “O Cabeça de Elefante e outras histórias da Mitologia Indiana” – Ed. Cosac Naif; “Tempo e Otredad nos ensaios de Octavio Paz” – Ed. Annablume; “Topografia Poética: Octavio Paz e a Índia” – Ed. Annablume; “Espelhos Míticos da Cultura de Massa – cinema, tv e quadrinhos na Índia”, Ed. Annablume. “O Espelho Interior – O mito Solar nos Contos Indianos de Mallarmé” – Ed. Annablume.
Quando |
Data | 16 e 23 Outubro – sábado
Horário | 15 às 17 hrs
Como será |
Dois encontros On-line pelo zoom.
Gravações disponíveis até o dia 23/12.
Você pode optar por assistir apenas as aulas gravadas.
Investimento |
R$270
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Inscrições até 12/10
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